AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS NA ATENÇÃO BÁSICA
Funcionalidade. Idoso. Enfermagem
Estudo descritivo e transversal com abordagem quantitativa de dados que teve por objetivo avaliar a capacidade funcional de idosos na atenção básica. A amostra foi constituída de 388 idosos atendidos na Atenção Básica. Utilizou-se o Índice de Katz e a Escala de Lawton. Como resultado obteve-se, 64,4% dos idosos eram do sexo feminino, com uma média de idade de 71 anos (DP: 8,2). 53,1% eram casados e 68,6% procedentes do interior do estado. Quanto à escolaridade, 63,2% nunca estudaram ou estudaram quatro anos. Quanto ao arranjo familiar, 91,8% moravam com alguém. 71,1% dos idosos eram aposentados e 84,3% apresentavam uma renda individual de até dois salários mínimos. Quanto aos hábitos e estilo de vida, 89,4% dos idosos eram não etilistas, 68,8% não tabagistas e 61,1% tinham um sono reparador. 74,7% não praticavam atividade física. Quanto às comorbidades, 47,2% dos idosos referiram apresentam pelo menos uma dentre as investigadas. Quanto ao grau de dependência para atividades básicas, observou-se que 90,2% eram menos independentes para vestir-se, para as atividades instrumentais, 77,1% dos idosos foram menos independentes para fazer trabalhos manuais e lavar e passar roupa. Verificou-se associação com a incapacidade funcional para as atividades básicas, as variáveis socioeconômicas e demográficas: idade, escolaridade, estado civil, cor, ocupação, renda individual e familiar. Já com as atividades instrumentais, verificou-se associação com idade, escolaridade, religião, ocupação e rendas, individual e familiar. Quanto às variáveis de hábito e estilo de vida, observou-se associação para o desfecho e as atividades básicas com a variável sono e repouso. Com as atividades instrumentais e incapacidade funcional, verificou-se associação com etilismo, sono e repouso e autoavaliação de saúde. Após a realização da análise ajustada, obteve-se que para a incapacidade funcional para atividades básicas somente as variáveis idade e cor mantiveram-se associadas ao desfecho, e para as atividades instrumentais, somente idade, escolaridade, renda do idoso e autoavaliação de saúde mantiveram-se associadas à incapacidade funcional. A Enfermagem, componente chave da Atenção Básica, deve estar atenta para a avaliação global da pessoa idosa, aqui incluída a avaliação funcional, bem como os fatores associados a essa funcionalidade, com vistas a adequar planos de cuidados voltados para a preservação da autonomia dos idosos, e a promoção do envelhecimento ativo.