Esta dissertação busca compreender como se constitui a luta por moradia digna em Teresina a partir de uma etnografia com a ocupação Marielle Franco. A pesquisa se desenvolve por meio de trabalho de campo, da observação participante e do diálogo com moradores e militantes de movimentos sociais atuantes junto a ocupação, articulando práticas, discursos, mobilizações e evocação dos conceitos de trabalho/trabalhador, direito à cidade e direito à moradia digna. O estudo analisa como a relação entre Estado e mercado se faz presente tanto nas políticas habitacionais neoliberais quanto nas estratégias de despejo, evidenciando as tensões e conflitos entre diferentes projetos de cidade. Examina também as formas como as noções de famílias, crianças e moralidades são mobilizadas no processo de legitimação, resistência e retomada(s) da ocupação e, por fim, também se acompanha a mobilização política e a construção do espaço da cidade de Teresina, em que a ocupação se configura não apenas como território físico mas que se articula em demais atividades em uma rede movimentalista.