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Banca de DEFESA: Sarah Araujo Teixeira e Silva

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: Sarah Araujo Teixeira e Silva
DATA: 25/09/2013
HORA: 09:00
LOCAL: CCHL
TÍTULO:

Para Além do Silêncio: os discursos femininos sobre as marcas da violência conjugal


PALAVRAS-CHAVES:

Gênero, Violência, Mulheres, Marcas.


PÁGINAS: 113
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Antropologia
RESUMO:

A violência de gênero é um problema social grave que comporta múltiplas dimensões, se constitui como questão de saúde pública e direitos humanos. Presente nas mais variadas classes sociais, raças, etnias, idades e nível de escolaridade, se apresentando sob as mais diversas formas e com grandes repercussões para as mulheres, suas famílias e sociedade, em geral, obstáculo ao desenvolvimento de um país. Visando compreender os reflexos dessa violência no que se refere a dimensão moral, da saúde e da sexualidade. O objetivo desse trabalho é analisar as marcas deixadas pela violência conjugal na vida de mulheres que denunciaram seus companheiros ou maridos em uma Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher – DEAM, em Teresina.   Para tal tomou-se gênero como categoria analítica, concebendo essas relações como construídas socialmente e as práticas de violência como indicativos de relações desiguais entre os sexos e reflexos de uma sociedade machista e patriarcal. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, cuja coleta de informações se deu através de entrevistas semi-estruturadas com a intenção de entender os discursos femininos como produção de sentidos da violência inscrita nos seus corpos e para além desses. O tratamento dos dados deu-se através da análise de conteúdo. Os resultados encontrados revelaram que a violência sofrida pelas mulheres que fizeram parte da pesquisa deixaram marcas profundas e amplas em suas vidas.O comprometimento em relação á saúde é visível,parte das mulheres entrevistadas indicam estarem em tratamento de depressão, fazendo uso de ansiolíticos e antidepressivos.Algumas sofrem de insônia, hipertensão, distúrbios alimentares, estresse e enxaquecas, sintomas associados ao processo da trajetória da violência sofrida. Quanto à moralidade o medo aparece fortemente em seus discursos. A combinação medo, ameaça, isolamento, culpa e impotência gera baixa autoestima nessas mulheres. No que se refere à sexualidade as mulheres relatam sentimento de nojo diante das relações sexuais, sentem-se frias, não desejadas por seus parceiros, feias e gordas. Também foi possível encontrar estratégias de defesa, sobrevivência e resistência nesse contexto de violência por parte das mulheres. Ouvi-las no espaço da DEAM já se constitui uma forma de enfrentamento a violência, pois mesmo que algumas mulheres que ali estejam não desejem ver seus companheiros presos, como traz o relato de Jitirana “eu não queria que ele fosse preso, só que acabasse com tanta violência” elas querem cessar a violência conjugal. De investimentos nas concepções sociais de gênero e violência, a partir de um projeto educacional e de saúde que considerem a historicidade dos conceitos. É pouco pensar em políticas sociais, jurídicas, de saúde e outras para o combate ao fenômeno da violência, o processo de construção e prevenção para uma sociedade mais igualitária faz parte de um longo caminho que abarca para além da reparação do que se viveu novas vivências baseadas em papéis reconstruídos sócio e culturalmente. È preciso olhar para os sujeitos além da relação causa e efeito, agressor e vítima. È importante ver pela lente do habitus as forças que envolvem o fenômeno, e compreendê-lo dentro de um movimento específico e em construção.


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1167589 - FRANCISCO DE OLIVEIRA BARROS JUNIOR
Externo à Instituição - LUCIANA MARIA RIBEIRO DE OLIVEIRA - UFPB
Presidente - 1550487 - MARY ALVES MENDES
Externo ao Programa - 423633 - RITA DE CASSIA CRONEMBERGER SOBRAL
Notícia cadastrada em: 11/09/2013 09:03
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