A bananeira (Musa spp.) é amplamente cultivada em diferentes países tropicais, destacando-se como o fruto mais produzido e consumido no mundo, com significativa importância econômica e social. Contudo, a produção é afetada por diversos agentes etiológicos, merecendo destaque os fungos fitopatogênicos. Dentre os problemas mais importantes merece destacar as doenças pós-colheita denominadas de podridão da coroa e podridão dos frutos, importantes problemas observados na fase de comercialização, transporte e armazenamento. Deste modo, este trabalho teve como objetivo identificar isolados do complexo Thielaviopsis paradoxa associadas a sintomas de podridão da coroa em frutos de banana; confirmar a patogenicidade dos isolados e avaliar os efeitos de temperatura, fotoperíodo e umidade no desenvolvimento da doença. Para isso, frutos e raquis com sintomas foram coletados em três regiões geográficas distintas e isolados em meio BDA sob fotoperíodo de 12h e temperatura de 25°C. Após o isolamento, os isolados foram purificados, caracterizados e armazenados em coleção de cultura. Com objetivo de verificar a patogenicidade, todos os isolados foram inoculados em frutos de banana da variedade Prata, com realização de inoculações com ferimento e sem ferimento. Os frutos foram acondicionados em bandejas plásticas em B.O.D. a 25°C±2/99% UR e fotoperíodo de 12 h durante cinco dias. Os testes de influência de temperatura, umidade e fotoperíodo e de influência da forma de embalagem dos frutos foram realizados nas temperaturas de (15°C, 20°C, 25°C e 30°C), fotoperíodo de 12 horas de luz ou escuro, presença de umidade ou ausência e embalagem aberta ou fechada. Foram realizadas extração de DNA e PCR dos genes ITS e EF-1α. Não foi possível confirmar a espécie apenas através de marcadores morfológicos, porém foi possível identificar que os isolados pertencem a Thielaviopsis paradoxa s. stric. Baseado na análise filogenética do gene (ITS) 15 isolados agruparam com o isolado de referência T. musarum, 2 isolados com isolado de referência de T. ethacetica e 1 isolado (SM 06) não agrupou com nenhuma espécie descrita, representando uma nova linhagem filogenética. Todos os isolados induziram sintomas de podridão quando inoculado na casca do fruto, onde os 23 isolados apresentaram diferentes níveis de agressividade. Este resultado revela que as condições de 15°C é a condição ideal para armazenamento de frutos de banana, evitando assim o progresso da podridão. Este estudo representa o primeiro relato de T. ethacetica causando podridão em frutos de banana.